Em 26 de julho de 2023, militares do Níger anunciaram que derrubaram o governo do presidente Mohamed Bazoum. O coronel-major Amadou Abdramane, em nome do Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, declarou que essa ação foi tomada devido à deterioração contínua da segurança e à má governança econômica e social no país. Segundo o comunicado, todas as instituições do país foram suspensas e as fronteiras terrestres e aéreas foram fechadas até a estabilização da situação. Um toque de recolher também foi estabelecido em todo o território das 22h às 5h.
O presidente Bazoum ficou retido na residência oficial pela Guarda Presidencial durante o dia em Niamei, a capital do Níger. O governo classificou o movimento da Guarda Presidencial como um "golpe", mas uma fonte ligada a Bazoum afirmou que a tentativa golpista estava fadada ao fracasso.
O Níger, país afetado pela violência jihadista em várias regiões do Sahel, era governado democraticamente por Mohamed Bazoum desde abril de 2021. O golpe foi condenado por várias entidades, incluindo a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, a ONU, a União Europeia, a França e os Estados Unidos.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu a "libertação imediata" de Bazoum e advertiu que a entrega de ajuda financeira americana ao país africano dependeria da "manutenção da democracia".
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Golpe militar no Níger: Uma análise à luz do Bonapartismo de Marx
Introdução
O golpe militar ocorrido no Níger, que culminou com a deposição do presidente Mohamed Bazoum, levanta questionamentos sobre sua caracterização política. Neste artigo, iremos explorar a possibilidade de definir esse golpe como uma manifestação de Bonapartismo, conceito cunhado por Karl Marx para descrever um tipo específico de regime político. Para isso, é essencial compreender o contexto do Níger, um país majoritariamente agrícola, sob a influência histórica de potências imperialistas como os EUA e a França.
O Níger como país majoritariamente campesino
O Níger, situado no oeste da África, é caracterizado por uma população majoritariamente rural e dependente da agricultura de subsistência. A grande maioria dos habitantes está envolvida na atividade agrícola, o que torna a questão agrária central na política e economia do país. As dificuldades enfrentadas pelos camponeses, incluindo questões de acesso à terra e recursos, têm sido fontes constantes de tensão e descontentamento social.
Influência imperialista de EUA e França
Ao longo da história, o Níger foi alvo da influência das potências imperialistas, com destaque para os EUA e a França. O país foi colonizado pela França, e mesmo após sua independência, as relações políticas e econômicas com as ex-potências coloniais continuaram influentes. Essa relação complexa com países ocidentais pode impactar profundamente o cenário político interno e as dinâmicas de poder no país.
O Conceito de Bonapartismo de Marx
Karl Marx, em sua análise política, cunhou o termo "Bonapartismo" ao descrever um tipo específico de regime político. O Bonapartismo ocorre quando há o surgimento de um líder forte, muitas vezes vindo do aparato militar, que assume um poder ditatorial, apoiado em uma base social instável. Esse líder busca se apresentar como um árbitro acima das classes sociais, tentando equilibrar os interesses conflitantes de diferentes grupos sem representar nenhum deles plenamente.
Análise do Golpe no Níger à luz do Bonapartismo
Considerando o cenário do Níger como país majoritariamente agrícola e a influência histórica das potências imperialistas, o golpe militar que culminou na deposição do presidente Bazoum pode ser interpretado sob a lente do Bonapartismo. A intervenção militar representa uma tentativa de resolver as tensões sociais e políticas no país, especialmente em meio a desafios econômicos e questões agrárias.
O papel dos militares, que se apresentaram como defensores da pátria e críticos da má governança econômica e social, reflete a busca por uma solução fora dos parâmetros políticos tradicionais, em uma tentativa de unificar um país dividido por interesses conflitantes.
Conclusão
O golpe militar no Níger revela um momento delicado na história do país, marcado por questões agrárias, influência de potências imperialistas e a busca por soluções fora do sistema político convencional. A aplicação do conceito de Bonapartismo de Marx ajuda a entender a natureza peculiar desse evento, em que a burocracia militar assume o protagonismo na tentativa de superar as tensões políticas e sociais. No entanto, é importante ressaltar que as análises políticas são complexas, e a caracterização do golpe como Bonapartista requer análises mais aprofundadas e a contextualização de fatores específicos que moldaram esse momento histórico no Níger.
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Em 26 de julho de 2023, militares do Níger anunciaram que derrubaram o governo do presidente Mohamed Bazoum. O coronel-major Amadou Abdramane, em nome do Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, declarou que essa ação foi tomada devido à deterioração contínua da segurança e à má governança econômica e social no país. Segundo o comunicado, todas as instituições do país foram suspensas e as fronteiras terrestres e aéreas foram fechadas até a estabilização da situação. Um toque de recolher também foi estabelecido em todo o território das 22h às 5h.
O presidente Bazoum ficou retido na residência oficial pela Guarda Presidencial durante o dia em Niamei, a capital do Níger. O governo classificou o movimento da Guarda Presidencial como um "golpe", mas uma fonte ligada a Bazoum afirmou que a tentativa golpista estava fadada ao fracasso.
O Níger, país afetado pela violência jihadista em várias regiões do Sahel, era governado democraticamente por Mohamed Bazoum desde abril de 2021. O golpe foi condenado por várias entidades, incluindo a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, a ONU, a União Europeia, a França e os Estados Unidos.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu a "libertação imediata" de Bazoum e advertiu que a entrega de ajuda financeira americana ao país africano dependeria da "manutenção da democracia".
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Organização econômica do Niger
Setor Primário:
% do PIB: A agricultura e a exploração de recursos naturais compõem a maior parte do setor primário do Níger e contribuem com cerca de 40% do PIB do país.
Número de trabalhadores: A maioria da população economicamente ativa está empregada no setor agrícola.
Principais produtos: Os principais produtos agrícolas do Níger incluem sorgo, milheto, arroz, milho, amendoim, algodão, leguminosas e gado.
Empresas: A agricultura no Níger é dominada por pequenos agricultores familiares e não há empresas notáveis que se destaquem na produção agrícola.
Setor Secundário:
% do PIB: O setor secundário, que engloba a indústria, contribui com uma porção relativamente pequena do PIB do Níger, estimada em torno de 20%.
Número de trabalhadores: O setor industrial no Níger é limitado, e o número de trabalhadores empregados nesse setor é menor em comparação com a agricultura.
Principais produtos: As principais atividades industriais no Níger incluem a transformação de produtos agrícolas, como processamento de alimentos, e a exploração de recursos minerais, como urânio e ouro.
Empresas: Não há muitas empresas de grande porte no setor industrial do Níger, e a produção é geralmente conduzida por pequenas empresas locais.
Setor Terciário:
% do PIB: O setor terciário, que engloba serviços, é o maior contribuinte para o PIB do Níger, representando cerca de 40% a 45% do total.
Número de trabalhadores: O setor de serviços emprega uma parte significativa da população economicamente ativa do Níger.
Principais produtos: O setor de serviços no Níger inclui atividades como comércio, transporte, turismo, serviços financeiros, educação e saúde.
Empresas: O setor de serviços é diversificado e composto por empresas de diferentes tamanhos e setores.
Vale ressaltar que o Níger é um país de baixa renda e está classificado entre os países menos desenvolvidos do mundo. Sua economia é fortemente dependente da agricultura de subsistência, com limitada diversificação industrial e uma infraestrutura de serviços em desenvolvimento. As informações detalhadas sobre as empresas específicas e suas contribuições podem variar e ser atualizadas, e, portanto, é sempre recomendável consultar fontes econômicas e relatórios recentes para obter dados mais precisos e atuais sobre a economia do Níger.
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Breve história do Niger
A história do Níger é rica e complexa, com vestígios de civilizações antigas e mudanças culturais ao longo dos séculos. Aqui está uma breve história do Níger:
Pré-história e Antiguidade:
A região que hoje é o Níger tem sido habitada por povos pré-históricos há milênios. Vestígios arqueológicos sugerem que as primeiras comunidades humanas se estabeleceram no atual território do Níger há mais de 10.000 anos.
A partir do primeiro milênio a.C., a região viu o surgimento de sociedades complexas e cidades-estado, como a antiga cidade de Djenné-Djenno, que se tornou um importante centro comercial e cultural na região do Sahel.
Impérios e Reinos:
Ao longo dos séculos, a região do Níger testemunhou o florescimento de vários impérios e reinos. Entre eles, o Império do Gana, que controlava rotas comerciais importantes e prosperou entre os séculos VIII e XIII, e o Império Songhai, que alcançou seu apogeu nos séculos XV e XVI e se tornou um dos maiores impérios da história africana.
Era Colonial:
A partir do final do século XIX, a região do Níger foi colonizada pelas potências europeias que estavam buscando controlar a África. O Níger tornou-se parte do território francês conhecido como África Ocidental Francesa, administrado a partir da capital em Dakar, no Senegal. Durante o período colonial, o Níger foi explorado pelos recursos naturais, como urânio e outros minerais, e a agricultura foi desenvolvida para atender às demandas das potências coloniais.
Independência:
O Níger conquistou sua independência da França em 3 de agosto de 1960. Hamani Diori se tornou o primeiro presidente do país, liderando um governo dominado pelo Partido Progressista Nígero (PPN). Nos primeiros anos de independência, o país enfrentou desafios políticos e econômicos, incluindo instabilidade política e golpes militares.
Instabilidade Política e Governança:
Desde sua independência, o Níger passou por várias mudanças de governo, com períodos de governo civil e governos militares. A instabilidade política e a pobreza continuaram a ser desafios persistentes para o país.
Século XXI:
No século XXI, o Níger tem enfrentado desafios como a expansão de grupos terroristas e a instabilidade na região do Sahel. O país está lutando contra a violência de grupos afiliados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico, o que afeta a segurança e o desenvolvimento socioeconômico.
O Níger continua a se esforçar para melhorar a governança, diversificar sua economia e enfrentar questões sociais e ambientais para alcançar o desenvolvimento sustentável e melhorar as condições de vida da população.
É importante mencionar que esta é uma visão geral e simplificada da história do Níger. A história do país é muito mais complexa e rica, com muitos eventos e dinâmicas que moldaram sua trajetória ao longo dos séculos.
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