A Turquia de Erdogan: a luta entre o nacionalismo conservador e a democracia secular



A Turquia de Erdogan: a luta entre o nacionalismo conservador e a democracia secular



A Turquia tem sido um importante país da região do Oriente Médio, com uma história que remonta a séculos de influência otomana. Hoje, sob a liderança do presidente Recep Tayyip Erdogan, a Turquia enfrenta desafios significativos em relação ao seu passado e seu futuro.

Erdogan é um líder nacionalista conservador que acredita que a Turquia deve desempenhar um papel importante no mundo. Ele tem sido criticado por suas políticas autoritárias, incluindo a prisão de jornalistas, ativistas políticos e dissidentes.

Enquanto isso, a democracia secular (burguesa), que foi estabelecida após a queda do Império Otomano em 1923, tem sido ameaçada pelas políticas de Erdogan. Muitos seculares e laicos temem que o presidente esteja tentando transformar a Turquia em um estado islâmico conservador, em contraste com a visão mais liberal e secular do fundador da Turquia moderna, Mustafa Kemal Ataturk.

A luta de classes na Turquia também é evidente, com os apoiadores de Erdogan sendo em grande parte pessoas mais pobres e religiosas, enquanto a elite secular e liberal muitas vezes se opõe às políticas do presidente. este deslocamento da luta de classes dificulta o trabalho do TKP (partido comunista da Turquia) que tenta mobilizar os trabalhadores do país.


Em 2021, a Turquia teve um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de US$ 784 bilhões, o que a coloca como a 19ª maior economia do mundo. A economia turca é diversificada, com contribuições significativas de vários setores.

O setor de serviços é o maior contribuinte para o PIB da Turquia, representando cerca de 64% do total em 2021. O setor industrial é responsável por cerca de 28%, com os principais setores sendo o têxtil, automotivo, construção e turismo. A agricultura representa cerca de 8% do PIB.

A população da Turquia é de cerca de 84 milhões de pessoas, com a maioria vivendo em áreas urbanas. A taxa de desemprego em 2021 era de cerca de 10%, embora tenha aumentado devido aos impactos econômicos da pandemia de COVID-19.

A população economicamente ativa (PEA) da Turquia é de cerca de 32 milhões de pessoas, com a maioria empregada no setor de serviços. Cerca de 18% da força de trabalho está empregada na indústria, enquanto a agricultura emprega cerca de 14%.

No que se refere aos trabalhadores envolvidos diretamente na produção e circulação de mercadorias, a Turquia é um importante centro de manufatura e produção de bens de consumo, incluindo têxteis, roupas, calçados, eletrônicos e maquinaria. O setor industrial emprega cerca de 7,5 milhões de pessoas e representa uma parte significativa das exportações do país.

Trabalhar esta classe trabalhadora de vanguarda (industrial) em um pais que apenas pouco mais de 1/3 da população trabalha e destes  pouco menos de 1/5 são operários e pouco menos de 1/7 são camponeses. Para se ter uma proporção, a cada 100 pessoas, 32 são trabalhadoras, destas 6 são operários e 4 são camponeses ou assalariados rurais. Ou seja, excetuando o setor de transportes, que desconhecemos as proporções, somente 10 a cada 100 turcos entrariam na politica do TKP caso ele seguisse linhas estreitas tiradas no ocidente, por isso é não só desejável como esperado que o partido faça uma luta revolucionária e claramente, criativas, atraindo outros setores para as bandeiras do Poder Popular.

Além disso, a Turquia tem sido um importante jogador na região, lutando contra o regime de Bashar al-Assad na Síria e apoiando grupos rebeldes na Líbia. Essas ações colocaram a Turquia em conflito com a Rússia, Irã e outros países da região, e têm gerado tensões com os Estados Unidos e a União Europeia.

Enquanto Erdogan se concentra em fortalecer sua posição interna, suas políticas externas estão atraindo a atenção internacional. A Turquia é um importante aliado da OTAN, mas suas políticas têm colocado em risco essa relação. A Europa também tem sido crítica das políticas de Erdogan, especialmente em relação aos direitos humanos e à liberdade de imprensa.

Enquanto isso, muitos turcos continuam a lutar pela democracia e pelos direitos humanos, e a tensão na Turquia continua a aumentar. O futuro do país é incerto, mas a luta entre o nacionalismo conservador e a democracia secular continuará a moldar o destino da Turquia e da região. 

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A Turquia tem sido um ator importante na crise de imigrantes na Europa, uma vez que é um país de trânsito para muitos imigrantes que buscam entrar na União Europeia.

Desde 2015, a Turquia tem abrigado milhões de refugiados sírios que fugiram da guerra em seu país. O governo turco inicialmente permitiu que muitos desses refugiados seguissem para a Europa, mas, em 2016, a Turquia concordou em controlar o fluxo de refugiados em troca de assistência financeira e avanços nas negociações de adesão à União Europeia.

No entanto, a relação entre a Turquia e a UE tem sido tensa, especialmente após o golpe fracassado em 2016. As tensões aumentaram ainda mais em 2020, quando a Turquia abriu suas fronteiras com a Grécia, permitindo que milhares de imigrantes tentassem atravessar a fronteira.

Isso levou a confrontos entre os imigrantes e as forças de segurança gregas, com a Turquia acusando a Grécia de violações dos direitos humanos e a União Europeia apoiando a Grécia. A crise também colocou em questão a capacidade da UE de lidar com a questão dos refugiados.

A Turquia continua a abrigar milhões de refugiados, o que tem sido um desafio significativo para o país. Além disso, a crise de imigrantes continua a ser um problema para a UE, com muitos países europeus enfrentando pressão política e social para lidar com a questão.

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