EUA privatizou o Espaço Sideral

EUA privatizou o Espaço Sideral


Desde a corrida espacial durante a Guerra Fria, a exploração do espaço sempre foi um campo de grande interesse para governos e instituições acadêmicas em todo o mundo. Nos anos 60, a competição entre os Estados Unidos e a União Soviética para alcançar o espaço culminou no primeiro pouso lunar tripulado em 1969.

Nesse contexto, a parceria entre universidades e o Estado foi fundamental para o avanço da ciência espacial. Foi através de grandes investimentos do governo em instituições acadêmicas que se desenvolveu uma série de tecnologias necessárias para a exploração do espaço, como foguetes, satélites e trajes espaciais.

Com o tempo, a pesquisa espacial evoluiu e se expandiu para além dos objetivos militares da corrida espacial. Novos campos, como a exploração científica do espaço, o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para a Terra e a busca por vida extraterrestre, passaram a ser priorizados.

No entanto, nas últimas décadas, vemos um movimento de apropriação da ciência espacial pelo setor privado. Empresas como a SpaceX de Elon Musk e a Blue Origin de Jeff Bezos estão liderando o caminho para a exploração espacial comercial.

Essas empresas privadas estão desenvolvendo tecnologias inovadoras e redefinindo a forma como pensamos sobre a exploração do espaço. Além disso, elas estão trabalhando em colaboração com agências governamentais, como a NASA, para avançar na exploração do espaço.

Embora a apropriação da ciência espacial pelo setor privado tenha potencial para acelerar o progresso e a inovação, também há preocupações sobre a privatização da exploração espacial e a falta de transparência e responsabilidade nessas empresas.

Apesar das incertezas, a ciência espacial continua a ser um campo importante e em evolução, com muitos desafios e oportunidades. E é certo que a colaboração entre universidades, governos e empresas privadas continuará a ser fundamental para o avanço da exploração do espaço.


Corrida espacial, sequência de eventos

A corrida espacial foi um período de intensa competição entre os Estados Unidos e a União Soviética para alcançar a superioridade tecnológica e militar no espaço durante a Guerra Fria. Aqui está uma sequência de eventos que marcaram essa corrida:

Em 1957, a União Soviética lançou com sucesso o primeiro satélite artificial, o Sputnik 1. Isso surpreendeu os Estados Unidos, que acreditavam estar na frente na corrida espacial.

Em 1961, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin se tornou o primeiro humano a viajar para o espaço a bordo da nave Vostok 1.

Em resposta, o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, lançou o Programa Apollo, com o objetivo de levar um homem à Lua e trazê-lo de volta em segurança antes do final da década de 1960.

Em 1969, a NASA alcançou esse objetivo com a missão Apollo 11, que levou Neil Armstrong e Edwin "Buzz" Aldrin à superfície lunar enquanto Michael Collins orbitava a Lua na nave mãe.

A União Soviética também teve algumas conquistas significativas durante a corrida espacial, incluindo a primeira caminhada no espaço, realizada por Alexei Leonov em 1965.

Em 1975, os Estados Unidos e a União Soviética realizaram uma missão conjunta, conhecida como Apollo-Soyuz Test Project, que marcou o fim oficial da corrida espacial.

A corrida espacial foi um momento crucial na história da exploração espacial, que acelerou significativamente o desenvolvimento de tecnologias para o espaço e deixou um legado duradouro para a humanidade.

Setor espacial e o mercado privado 

O setor privado começou a se interessar pela tecnologia espacial desenvolvida pelo Estado a partir das décadas de 1980 e 1990, quando a NASA e outras agências governamentais reduziram seus orçamentos para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias espaciais. Isso abriu uma oportunidade para empresas privadas começarem a investir nesse campo.

Com o passar do tempo, as empresas privadas, como a SpaceX, Blue Origin e Virgin Galactic, começaram a desenvolver suas próprias tecnologias e a trabalhar em colaboração com agências governamentais, como a NASA, para fornecer serviços comerciais para a exploração espacial.

Essas empresas buscam lucro através de uma variedade de atividades no espaço, incluindo lançamento de satélites, turismo espacial, mineração de recursos e estabelecimento de colônias no espaço. Elas estão inovando em tecnologias de lançamento de foguetes reutilizáveis, que podem reduzir significativamente os custos de lançamento e tornar a exploração espacial mais acessível.

No entanto, a apropriação da tecnologia espacial pelo setor privado também levanta preocupações sobre a privatização do espaço e a falta de transparência e responsabilidade nessas empresas. Alguns temem que a exploração do espaço seja dominada por interesses comerciais e que questões importantes, como a preservação do meio ambiente espacial e a proteção contra ameaças à segurança nacional, sejam negligenciadas.

Portanto, é importante que a exploração espacial seja realizada em colaboração com governos e agências reguladoras para garantir que os benefícios da exploração espacial sejam compartilhados por toda a humanidade e que os riscos e impactos negativos sejam gerenciados de forma adequada.

Agência Espacial Brasileira (AEB)

O Brasil possui uma agência espacial nacional, a Agência Espacial Brasileira (AEB), responsável por formular e implementar a política espacial do país. A AEB foi criada em 1994 e é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

A agência é responsável pelo desenvolvimento de tecnologias espaciais, como foguetes, satélites e sistemas de controle de missões espaciais. O Brasil tem uma presença significativa no setor espacial, com o programa espacial brasileiro tendo sido lançado em 1961.

Entre as principais iniciativas da AEB estão o desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélites (VLS), um foguete brasileiro que seria usado para colocar satélites em órbita; o Programa Espacial Brasileiro de Observação da Terra (PROESPAÇO), que visa desenvolver satélites de observação terrestre para monitoramento ambiental e agrícola; e o Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, que é um dos principais locais de lançamento de foguetes do país.

Apesar de enfrentar desafios financeiros e políticos, o programa espacial brasileiro tem feito importantes avanços em tecnologia e pesquisa, e a AEB tem estabelecido parcerias com outras agências espaciais ao redor do mundo para colaborar em missões e projetos conjuntos.

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Embora a lua tenha permanecido amplamente intocada desde a missão Apollo 11 em 1969, agora há muitas empresas e nações interessadas em explorar e minerar a superfície lunar por recursos como ouro, platina e minerais de terras raras usados em eletrônicos. 

O arcabouço legal para isso se baseia no Tratado do Espaço Exterior de 1967, que estabelece que o espaço, incluindo a lua e outros corpos celestes, não deve estar sujeito à apropriação nacional ou reivindicado por soberanos, mas deve ser usado para fins pacíficos e para o benefício de toda a humanidade. O Que vale questionar se este tratado seria suficiente para evitar uma corrida comercial e política por recursos e quais salvaguardas seriam colocadas para preservar a paisagem lunar?


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