Bernadete Pacífico é um símbolo da resistência quilombola! PRESENTE!

Bernadete Pacífico é um símbolo da resistência quilombola! PRESENTE!


Yalorixá Maria Bernadete Pacífico, líder quilombola da Bahia, foi assassinada dentro de um terreiro por quatro homens armados. Ela também era coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq). O motivo do assassinato parece estar ligado a uma disputa fundiária envolvendo o Quilombo Pitanga dos Palmares. Bernadete havia alertado sobre ameaças de morte anteriormente. Seu neto, que presenciou o assassinato, pediu apoio e chamou a polícia. O governo da Bahia não ofereceu proteção aos moradores do quilombo, e a impunidade também cerca o assassinato de seu filho, Binho do Quilombo, em 2017. A Conaq lamentou a execução de Bernadete e destacou sua dedicação à cultura e história do povo quilombola.

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A resistência quilombola tem desempenhado um papel fundamental na luta contra a concentração de terras e a violência exacerbada do campo alimentada pelos interesses do agronegócio. Através da lente da teoria do materialismo histórico dialético, é possível compreender a complexidade desses conflitos e as dinâmicas subjacentes que perpetuam essa realidade.

O materialismo histórico dialético, desenvolvido por pensadores como Karl Marx e Friedrich Engels, oferece uma abordagem analítica para entender como as sociedades evoluem através de conflitos de classes, mudanças nas relações de produção e transformações econômicas. Nesse contexto, a luta quilombola emerge como um exemplo vívido de resistência contra as injustiças latifundiárias e a exploração do agronegócio.

A busca por terras e recursos para a expansão do agronegócio frequentemente resulta na expulsão de comunidades tradicionais, como os quilombolas, de suas terras ancestrais. Os latifundiários e as empresas agroindustriais utilizam sua influência política e econômica para avançar sobre esses territórios, resultando em um cenário de violência e deslocamento forçado.

O materialismo histórico dialético ajuda a elucidar como as relações de produção capitalistas influenciam a dinâmica dos conflitos agrários. A luta quilombola, nesse contexto, não é apenas uma resistência à apropriação de terras, mas também uma luta por autonomia, identidade cultural e justiça social. Os quilombolas, ao resistirem, desafiam as estruturas de poder vigentes e reivindicam seus direitos fundamentais.

A violência no campo muitas vezes é resultado da confluência de interesses econômicos e políticos. O agronegócio, impulsionado por uma lógica de lucro, frequentemente colide com a preservação dos modos de vida tradicionais e sustentáveis das comunidades quilombolas. Nesse contexto, a teoria do materialismo histórico dialético ilumina a natureza contraditória desses conflitos e como eles refletem a contradição entre as forças produtivas modernas e as relações sociais tradicionais.

Portanto, a aplicação da teoria do materialismo histórico dialético ao contexto da luta quilombola contra os latifundiários e a violência do campo proporciona uma compreensão profunda das dinâmicas subjacentes a esses conflitos. A resistência dos quilombolas é um exemplo poderoso de como as forças sociais e econômicas se confrontam, evidenciando a necessidade de transformações estruturais e a promoção de justiça para as comunidades marginalizadas.

Pedimos JUSTIÇA!

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