Trabalhadores da Mafrig (MT) paralisam em luta salarial
Trabalhadores do frigorífico Marfrig, localizado em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, realizaram uma manifestação na manhã de segunda-feira, 24 de julho de 2023, exigindo aumento salarial. O protesto começou às 4h da manhã e, segundo os manifestantes, continuará até sexta-feira, 28 de julho, caso a empresa não atenda suas demandas.
Os trabalhadores reclamam que a unidade de Várzea Grande paga salários menores em comparação com a unidade de Tangará da Serra, localizada a 242 km da capital. Enquanto a unidade de Tangará paga um aumento de 8%, a unidade de Várzea Grande oferece apenas 2%.
Uma reunião anterior já havia sido realizada na sexta-feira, 21 de julho, para abordar as preocupações salariais, mas não houve mudanças até o momento.
Além disso, em 2020, a Justiça do Trabalho ordenou que o frigorífico de Várzea Grande adotasse medidas para reduzir a exposição dos funcionários à contaminação por Covid-19, após um pedido do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT). Na época, 25 funcionários foram diagnosticados com Covid-19.
***
A greve dos trabalhadores no frigorífico Marfrig em Várzea Grande pode ser analisada à luz das teorias de Karl Marx, um filósofo, economista e teórico político do século XIX, cujas ideias foram fundamentais para o desenvolvimento do pensamento socialista e comunista.
Marx argumentava que a sociedade capitalista era caracterizada por uma luta de classes, onde os trabalhadores, que ele chamava de proletariado, eram explorados pelos donos dos meios de produção, a burguesia. Essa exploração ocorria porque os trabalhadores vendiam sua força de trabalho em troca de um salário, enquanto os donos dos meios de produção lucravam com o valor excedente criado pelo trabalho dos operários.
No caso do frigorífico Marfrig, os trabalhadores estão reivindicando um aumento salarial, indicando que sentem que seu trabalho está sendo desvalorizado em relação a outras unidades da empresa. Esse tipo de situação se encaixa na análise de Marx sobre a exploração da classe trabalhadora, já que eles estão buscando uma parcela mais justa do valor gerado pelo seu trabalho.
A greve, como uma forma de ação coletiva dos trabalhadores, é vista por Marx como uma resposta natural à exploração capitalista. Ao se unirem e paralisarem as atividades, os trabalhadores buscam aumentar seu poder de barganha e pressionar a empresa a atender suas demandas. Para Marx, a luta de classes é uma característica fundamental da sociedade capitalista, e a greve é uma das formas pelas quais os trabalhadores podem resistir à exploração e buscar melhorias em suas condições de trabalho e salário.
Além disso, o fato de a empresa não ter respondido às reclamações dos trabalhadores, conforme relatado na matéria jornalística, pode ser interpretado como uma ilustração da desigualdade de poder entre os proprietários dos meios de produção (empresa) e os trabalhadores. Essa falta de resposta pode refletir uma tentativa de manter a situação favorável à empresa e manter a mão de obra com salários mais baixos.
Em resumo, o caso da greve dos trabalhadores do frigorífico Marfrig em Várzea Grande pode ser analisado sob a perspectiva das teorias de Karl Marx, destacando as questões de exploração da classe trabalhadora, a luta de classes e o papel da greve como uma forma de resistência e busca por melhorias nas condições de trabalho e remuneração.
0 Comentários