UM MERGULHO PARA EMERGIR MAIOR | EDITORIAL 03

Editorial de Maio | Um Mergulho para Emergir Maior 
O Centro de Estudos Marxistas anunciou o lançamento de um editorial mensal, que será publicado em formato digital e abordará temas relacionados à teoria marxista e sua aplicação na análise da conjuntura política e social atual. A iniciativa tem como objetivo contribuir para o debate público e para a difusão das ideias marxistas, promovendo uma reflexão crítica sobre as contradições e desafios do capitalismo contemporâneo. O editorial será produzido por um coletivo de pesquisadores e militantes comprometidos com a luta por uma sociedade mais justa e igualitária, e estará disponível gratuitamente para acesso online. A expectativa é de que o editorial se torne uma referência para estudiosos e ativistas da esquerda brasileira e latino-americana, ampliando o debate sobre as alternativas ao modelo neoliberal que domina a agenda política global.

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O Brasil vive um momento crucial em sua história política. O Fascismo, que encontrou terreno fértil nos últimos anos, está sendo gradualmente isolado e combatido. Diversos fatores têm contribuído para esse isolamento, e é fundamental compreendermos as estratégias em andamento.

Hoje três elementos-chave que têm contribuído para o isolamento do Fascismo. Em primeiro lugar, observamos os processos judiciais em curso contra o ex-presidente Bolsonaro e sua família. Esses processos têm exposto possíveis crimes e irregularidades, enfraquecendo a figura política do líder bolsonarista.

Em segundo lugar, vemos a cassação de mandatos parlamentares ligados ao Lava Jato e ao bolsonarismo. Essa ação demonstra a rejeição a práticas políticas questionáveis e ilegais, enfraquecendo a influência desses grupos no Congresso Nacional.

Por fim, a responsabilização das lideranças envolvidas na tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro é uma medida importante para garantir a estabilidade democrática e responsabilizar aqueles que buscam subverter a ordem constitucional.

Entretanto, é importante reconhecer que o Fascismo ainda encontra espaço no Poder Executivo. Governos estaduais ligados ao bolsonarismo, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e prefeituras bolsonaristas em todo o Brasil ainda exercem influência. Essas esferas de poder devem ser combatidas de forma enérgica e estratégica.

Destacamos, portanto, a importância de nossa agitação frente a esse cenário. É essencial que não neguemos os erros da Social Democracia no poder e que façamos críticas justas à tática de Frente Ampla e ao Partido dos Trabalhadores (PT) sempre que necessário. No entanto, devemos evitar o vício das críticas destrutivas, priorizando uma abordagem propositiva com um programa político sólido.

Além disso, é fundamental organizar uma agitação local, antifascista e comprometida em denunciar as práticas antipopulares dos governadores e prefeitos de extrema direita. Nossa luta deve ser embasada na lógica de uma Frente Única antifascista, nos alinhando as camadas trabalhadoras em suas pautas em todo país.

Essa abordagem amplia as pautas e a capilaridade da extrema esquerda, permitindo não apenas o isolamento do Fascismo, mas também a diminuição da influência da Social Democracia. É um caminho que fortalece a esquerda como um todo.

Por fim, é necessário direcionar nossa atenção e ação para as lutas locais contra os remanescentes bolsonaristas e fascistas. Para isso, devemos adotar uma tática de Frente Única.

Essa movimentação prepara o terreno para uma ampliação e fortalecimento nacionais dos comunistas e da extrema esquerda em geral. É um processo de mergulho profundo nas lutas locais para emergirmos maiores e mais fortes na busca por um país mais justo e igualitário.

Portanto, o lema que devemos adotar é o seguinte: ao invés de "um passo para trás e dois para frente", devemos pensar em "um mergulho para emergir maior". O momento é de ação, organização e unidade em prol da construção de um Brasil verdadeiramente profundo, baseado em valores democráticos e sociais.

Frente Única ou Frente Popular (Ampla)

A formação de alianças políticas contra o fascismo, especificamente o debate entre frente popular e frente ampla. Ele destaca as resoluções do VII Congresso da III Internacional, realizado em 1935, em Moscou, que estabeleceram a linha das frentes populares. O objetivo principal dessa proposta era unir comunistas e socialdemocratas em uma aliança programática contra o fascismo. A derrota na Alemanha, onde comunistas e socialdemocratas divididos não conseguiram resistir ao nazismo, levou a uma revisão da política anterior. O relatório de Georgi Dimitrov incentivava os comunistas a buscar a união com os socialdemocratas contra o fascismo, criando uma frente única proletária antifascista. As experiências concretas na França, Espanha e em outros países seguiram essa estratégia. No entanto, a eclosão da Segunda Guerra Mundial e as mudanças geopolíticas levaram a novas orientações políticas nos partidos comunistas, especialmente após a dissolução da Internacional Comunista em 1943. Palmiro Togliatti, líder do Partido Comunista Italiano, adotou uma nova estratégia que separava o combate ao fascismo da luta contra o capital financeiro, abrindo portas para coalizões com partidos burgueses em defesa da ordem democrática (Frente Popular). Essa mudança foi criticada por outros partidos comunistas, mas acabou estabelecendo novos paradigmas na relação entre fascismo, democracia e socialismo.

Agora, se nossa concepção for que o Fascismo não dá mais é que a expressão aberta da ditadura do Capital Financeiro e os fascistas são, em geral, um agrupamento de forças reacionarionarias mais ou menos independentes entre si que se agrupam para assaltar o poder e que ganham, diante da crise, popularidade entre a pequena Burguesia Radicalizada a direita e do Lumpemproletariado: A sua derrota não pode prescindir do combate daquilo que expressa, do mercado financeiro! Ou seja, se traduz no ultraliberaliamo! 

As Frentes Únicas tem de ter um caráter anti-neoliberal e Antifascista de agitação contra os Governos Locais Bolsonaristas/Fascistas/Ultra liberais, claro, seguindo a máxima, "Golpear juntos, marchar separados", mas com a paciência revolucionária de uma política voltada a  "um mergulho para emergir maior"!


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