Virgínia Fontes: Algumas ideias

Virgínia Fontes: Algumas ideias 


Virgínia Fontes é uma historiadora brasileira, formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e com doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Ela é uma das principais referências na área de história econômica e social no Brasil.

Virgínia Fontes tem como principal objeto de estudo as relações entre economia, sociedade e política no Brasil e na América Latina, em especial as relações entre a classe trabalhadora, a luta de classes e as formas de dominação capitalista. Ela é crítica ao modelo de desenvolvimento adotado no Brasil e defende a necessidade de uma transformação social e política radical que coloque em questão as bases do sistema capitalista.

Entre os principais conceitos desenvolvidos por Virgínia Fontes, destacam-se a crítica ao "desenvolvimentismo" como modelo econômico adotado no Brasil e a defesa da "emancipação" como processo de libertação das classes oprimidas. Ela também aborda o conceito de "trabalho imaterial" como forma de exploração contemporânea do trabalho e defende a necessidade de uma articulação internacional dos movimentos sociais e trabalhadores.

Virgínia Fontes é uma das principais referências na área de história econômica e social no Brasil e tem se destacado por sua crítica ao modelo de desenvolvimento adotado no país e na América Latina. Para ela, o desenvolvimentismo é uma forma de dominação capitalista que reproduz as desigualdades sociais e econômicas, e não promove a emancipação dos trabalhadores.

Em seus estudos, Fontes defende a necessidade de uma transformação social e política radical que coloque em questão as bases do sistema capitalista, e aponta a articulação internacional dos movimentos sociais e trabalhadores como uma das formas de enfrentar o neoliberalismo e a globalização.

Outro conceito desenvolvido por Virgínia Fontes é o de "trabalho imaterial". Para ela, o trabalho não se limita mais à produção de bens materiais, mas também inclui a produção de serviços, conhecimento e cultura. Essa forma de exploração do trabalho, segundo ela, é característica do capitalismo contemporâneo e exige novas formas de organização e luta dos trabalhadores.

Por fim, é importante ressaltar que as reflexões de Virgínia Fontes têm contribuído significativamente para o debate sobre as contradições e possibilidades do Brasil contemporâneo, e têm sido fundamentais para a construção de um pensamento crítico e emancipatório na área de história e ciências sociais em geral.

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Resumo | Virginia Fontes - Capitalismo em tempos de uberização: do emprego ao trabalho - Revista Niep Marx - 2017

O artigo analisa as relações de trabalho contemporâneas, criticando a falsa evidência de que o trabalho se reduz ao emprego e que é desnecessário no capitalismo moderno. A autora destaca o novo papel do estado capitalista, que agora contém uma massa crescente de trabalhadores sem os direitos anteriormente associados ao contrato de emprego. A extrema concentração da propriedade capitalista, exemplificada pela Uber, mostra a ausência de direitos, horas de trabalho ilimitadas, centralização direta e internacional do comando capitalista sobre os trabalhadores e a extrema descentralização do processo de trabalho.  Também discute o papel de entidades sem fins lucrativos na expropriação dos direitos dos trabalhadores. Em vários setores, há uma mistura de formas semelhantes de trabalho, com pequenos proprietários realizando tarefas definidas por grandes empresas agroindustriais, como alimentação de animais, produção de ovos, etc. Esses proprietários tornam-se elos em uma cadeia de produção, realizando tarefas semelhantes às dos trabalhadores de linha de montagem em grandes indústrias, sem receber salário. O artigo também discute os vários tipos de terceirização de trabalhadores e como eles visam contornar as leis trabalhistas, aumentando a distância entre empregadores diretos e proprietários dos meios de produção. O artigo conclui discutindo o aumento de entidades sem fins lucrativos desde os anos 80 e seu papel na redução dos efeitos deletérios do capitalismo, muitas vezes por meio de trabalho voluntário sem direitos. Essas entidades, no entanto, também podem ser uma forma de expropriação de direitos em diferentes níveis, reduzindo políticas universais em favor de intervenções específicas e de curto prazo.

Resumo | Virgínia Fontes - Capitalismo filantrópico? – múltiplos
papéis dos aparelhos privados de
hegemonia empresariais - Niep Marx 2020

O texto argumenta que não existe capitalismo filantrópico e que a ampliação do Estado por meio de entidades empresariais sem fins lucrativos é positiva apenas para o capital, permitindo seu avanço sobre recursos públicos. A análise é embasada em Marx e Gramsci e destaca desafios de pesquisa a serem enfrentados. O texto também aborda a formação das classes sociais ao longo da expansão do capitalismo, as tensões internas entre capitalistas e as características da dominação envolvendo empresas e formas associativas patronais e empresariais. O autor destaca que a expansão de APHs (Aparelhos Privados de Hegemonia)  resulta do aumento de lutas sociais, mas não necessariamente amplia a participação popular no Estado e pode envolver novas modalidades de extração de mais-valor.

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