No final dos anos 80 e início dos anos 90, a União Soviética estava em uma grave crise econômica e política. O país estava enfrentando altas taxas de inflação, escassez de bens de consumo básicos e falta de liberdades civis.
Em 1991, Mikhail Gorbachev, o último líder soviético, renunciou e o país se desintegrou. Isso marcou o fim da Guerra Fria e o início de um período de turbulência política e econômica para a Rússia.
Boris Yeltsin, que se tornou o primeiro presidente da Federação Russa após a dissolução da União Soviética, tentou introduzir reformas econômicas liberais. No entanto, a liberalização descontrolada da economia resultou em uma queda vertiginosa nos padrões de vida da população, aumentando o desemprego e a pobreza.
O governo de Yeltsin também enfrentou problemas políticos, incluindo a perda de poder do Estado e uma crise constitucional. Em 1999, Yeltsin renunciou e indicou seu primeiro-ministro, Vladimir Putin, como seu sucessor.
Putin, que já havia servido como diretor do FSB (o sucessor da KGB), assumiu a presidência da Rússia em 2000. Ele rapidamente se estabeleceu como um líder forte, aumentando o controle do Estado sobre a economia e a mídia.
Enquanto a Rússia sob Putin viu um aumento na estabilidade política e econômica, houve preocupações sobre as liberdades civis e a democracia no país. Putin foi criticado por restringir a liberdade de expressão e reprimir a oposição política.
Em resumo, a queda da União Soviética levou a uma série de mudanças políticas e econômicas turbulentas na Rússia. O liberalismo econômico de Yeltsin tenha falhou em melhorar a qualidade de vida da população, a ascensão de Putin trouxe mais estabilidade política e econômica, embora às custas de liberdades civis e democráticas.
Um imperialismo Russo?
Segundo as ideias do líder socialista Vladimir Lenin, um país pode ser considerado imperialista se cumprir uma série de critérios. Abaixo estão os principais pontos apresentados por Lenin em seu livro "O Imperialismo, fase superior do capitalismo":
Concentração do capital: O capitalismo evoluiu para uma fase em que grandes empresas monopolistas controlam a maior parte da produção, dos recursos e do comércio. Essas empresas se fundem, formando oligopólios e monopólios, em busca de maior lucratividade e poder.
Exportação de capitais: Os países imperialistas exportam seus excedentes de capital para outros países, geralmente subdesenvolvidos, com o objetivo de obter lucros maiores do que os possíveis em seus próprios países. Eles investem em indústrias, recursos naturais e infraestrutura, muitas vezes em países que são colonizados ou semicolônias.
Domínio econômico: Os países imperialistas dominam a economia dos países subdesenvolvidos, que se tornam dependentes dos investimentos e da tecnologia dos países imperialistas. Isso cria uma relação de dominação econômica, onde os países imperialistas controlam a produção e os recursos dos países subdesenvolvidos, impondo suas vontades e interesses.
Concorrência e conflitos entre potências imperialistas: Os países imperialistas competem entre si para controlar os mercados e os recursos, o que leva a conflitos e guerras por influência e territórios.
Domínio político: Os países imperialistas exercem controle político sobre os países subdesenvolvidos, muitas vezes por meio de governos corruptos e autoritários, apoiados pelas potências imperialistas.
Segundo Lenin, o imperialismo é a fase mais avançada e agressiva do capitalismo, caracterizada pela concentração do capital, exportação de capitais, domínio econômico e político sobre os países subdesenvolvidos, além de conflitos entre as potências imperialistas.
Algumas pessoas argumentam que a Rússia atualmente exibe algumas características do imperialismo, enquanto outras discordam. A seguir, abordarei brevemente cada um dos critérios à luz da situação atual da Rússia:
Concentração do capital: A Rússia possui várias grandes empresas que controlam setores-chave da economia, como o setor energético. Por exemplo, a empresa estatal Gazprom é a maior produtora de gás do mundo, e a Rosneft é uma das maiores empresas de petróleo. No entanto, a concentração do capital na Rússia é menor do que em muitos países ocidentais.
Exportação de capitais: A Rússia investe em outros países, principalmente em setores como energia e mineração. No entanto, o fluxo de capital para o exterior é relativamente baixo em comparação com muitos países ocidentais.
Domínio econômico: A Rússia exerce influência econômica em países vizinhos e em outros que fazem parte de sua antiga esfera de influência, como a Ucrânia e a Bielorrússia. A Rússia também é uma das principais exportadoras de petróleo e gás natural do mundo. No entanto, o país enfrenta desafios econômicos e depende fortemente da exportação de recursos naturais.
Concorrência e conflitos entre potências imperialistas: A Rússia se envolve em conflitos com outros países, como a Ucrânia e a Síria, e tem uma relação tensa com muitos países ocidentais. No entanto, alguns argumentam que a Rússia não é uma potência imperialista global, mas sim uma potência regional.
Domínio político: A Rússia é frequentemente acusada de violações dos direitos humanos e de interferência em processos políticos em outros países, como nos Estados Unidos e na Europa. Além disso, a Rússia exerce influência política em seus vizinhos e outros países que fazem parte de sua esfera de influência.
Em resumo, a Rússia atualmente exibe algumas características do imperialismo, mas o grau em que essas características se manifestam é objeto de debate e opinião.
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