Com o início da temporada de plantio de melancias, muitos militantes de esquerda aproveitam para relembrar a gíria que foi utilizada durante a ditadura militar no Brasil para se referir aos militares engajados na luta contra a opressão e a favor da democracia. Mas será que essa luta ainda é atual?
Para entender o contexto atual, é preciso voltar no tempo e analisar a história do exército brasileiro. Desde sua fundação, a instituição tem sido marcada por revoltas entre a base e a chefia, como a Revolta da Armada em 1893 e a Revolta dos 18 do Forte em 1922. Além disso, nomes como Luís Carlos Prestes e Gregório Bezerra, ambos militares de esquerda, marcaram época na luta contra o autoritarismo e em defesa dos direitos do povo.
No entanto, as contradições entre a base e a chefia ainda persistem. Atualmente, o exército brasileiro enfrenta uma série de desafios, como a crise financeira e a falta de investimentos em equipamentos e infraestrutura. Ao mesmo tempo, a instituição tem sido criticada por membros da base por seu envolvimento político-partidário, como ocorreu em 2018 durante as eleições presidenciais.
Alguns especialistas argumentam que a presença de militares em cargos políticos e o envolvimento do exército em assuntos que não são de sua alçada têm enfraquecido a instituição e gerado divisões internas. Enquanto isso, outros acreditam que o exército ainda pode desempenhar um papel importante na defesa da democracia e dos interesses do povo brasileiro.
Diante desse cenário, é possível que ainda seja tempo de plantar melancias, ou seja, lutar por uma sociedade mais justa e democrática através da ação dos militares de esquerda. No entanto, é preciso reconhecer as contradições e desafios enfrentados pela instituição e buscar soluções que possam fortalecê-la e, ao mesmo tempo, garantir sua independência e imparcialidade em relação à política partidária.
Atualmente, existem diversos pontos de tensão entre a base militar e a cúpula do exército brasileiro. Alguns desses pontos são:
Envolvimento político-partidário: Membros da base têm criticado o envolvimento do exército em questões políticas e partidárias, como ocorreu durante as eleições presidenciais de 2018, quando vários militares manifestaram apoio ao então candidato Jair Bolsonaro.
Falta de investimentos: A crise financeira e a falta de investimentos em equipamentos e infraestrutura têm gerado insatisfação entre a base militar, que se sente prejudicada pela falta de recursos.
Salários baixos: Os salários dos militares brasileiros estão entre os mais baixos do mundo, o que tem gerado descontentamento entre a base.
Aumento da participação de civis em cargos de chefia: A nomeação de civis para cargos de chefia no exército, como ocorreu recentemente com a nomeação do general da reserva Walter Souza Braga Netto como ministro da Defesa, tem gerado desconfiança entre a base militar.
Reforma previdênciaria: As altas patentes foram poupadas das fortes reformas que ampliaram o tempo de serviço e a contribuição de todos os militares de base. Dada a influência das altas patentes no governo, isso foi visto como uma traição da alta cúpula.
Reorganização da estrutura militar: A proposta de reorganização da estrutura militar, que prevê a criação de novas unidades e a transferência de militares para outras regiões do país, tem gerado controvérsias e insatisfação entre a base.
Esses pontos de tensão evidenciam a existência de contradições entre a base e a cúpula do exército brasileiro, o que pode prejudicar a instituição e sua capacidade de atuar de forma efetiva em defesa da democracia e dos interesses do povo brasileiro.
É possível fazer uma agitação política de esquerda em torno dos pontos de tensão entre a base e a cúpula do exército brasileiro. No entanto, é importante destacar que essa agitação deve ser feita de forma consciente e responsável, levando em consideração os riscos e as possíveis consequências.
Uma possível abordagem seria a defesa de uma maior independência e imparcialidade do exército em relação à política partidária, a necessidade de investimentos em equipamentos e infraestrutura, a valorização dos salários dos militares, a defesa de uma estrutura militar mais democrática e a oposição ao envolvimento político-partidário do exército.
É importante destacar que a agitação política de esquerda em torno desses pontos de tensão deve ser feita de forma pacífica e respeitosa, sem desrespeitar as instituições e os indivíduos que não compartilham das mesmas ideias. Além disso, é fundamental que essa agitação seja acompanhada de propostas e soluções concretas para os problemas enfrentados pelo exército brasileiro.
Em resumo, é possível fazer uma agitação política de esquerda em torno dos pontos de tensão entre a base e a cúpula do exército brasileiro, desde que essa agitação seja feita de forma consciente e responsável, com respeito às instituições e aos indivíduos que não compartilham das mesmas ideias e acompanhada de propostas e soluções concretas para os problemas enfrentados pelo exército brasileiro.
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Estrutura Militar Brasileira:
Três Forças:
a) Exército Brasileiro
b) Marinha do Brasil
c) Força Aérea Brasileira
Funções:
a) Defesa da soberania nacional
b) Garantia da lei e da ordem
c) Ajuda humanitária
d) Missões de paz em outros países
e) Proteção das fronteiras
Patentes:
a) Oficiais Generais:
Marechal
General de Exército
Tenente-Brigadeiro
b) Oficiais Superiores:
General de Divisão
Brigadeiro
Contra-Almirante
c) Oficiais Intermediários:
Coronel
Tenente-Coronel
Major
Capitão de Fragata
Capitão de Corveta
Capitão
d) Oficiais Subalternos:
Primeiro-Tenente
Segundo-Tenente
Aspirante a Oficial
Guarda-Marinha
e) Praças:
Subtenente
Primeiro-Sargento
Segundo-Sargento
Terceiro-Sargento
Cabo
Soldado
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