Rita Lee: O Hippie de novo

 Rita Lee: O Hippie de novo.

Rita Lee é uma cantora e compositora brasileira que ficou conhecida por sua atuação na década de 1970 como parte do grupo de rock Os Mutantes. Ela é considerada uma das precursoras do movimento hippie no Brasil, com letras que abordam temas como liberdade, amor livre e anti-autoridade. Essa postura antissistema é uma característica típica do espírito hippie, que busca mudar a sociedade através da liberdade pessoal e do questionamento de valores e instituições estabelecidos.

Alguns dos álbuns de Rita Lee que têm letras antissistema incluem:


"Os Mutantes" (1968)

"A divina comédia ou ando meio desligado" (1971)

"Mutantes" (1972)

"Rita Lee" (1974)

"Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida" (1976)

Esses álbuns são considerados clássicos da música brasileira e refletem a postura antissistema e a abordagem irreverente de Rita Lee e dos Mutantes. Muitas de suas letras abordam questões sociais e políticas, e seu estilo musical e vocal é distintivo e influenciou muitos outros artistas.

Vamos lembrar de alguns trechos aqui:


"Ando meio desligado" (1971):

"Eu não quero mais saber de preocupações

Eu não quero mais ouvir conversas fiadas

Eu não quero mais nada, não

Eu só quero paz e amor

Eu só quero ficar assim

Sem ter que responder por nada."

***

"A festa" (1976):

"Viva a festa

Sempre algo novo

Sempre algo alegre

Sempre algo livre

Sempre algo de amor."

***

"Agora são dois" (1978):

"Eu não preciso de amigos

Que me digam o que eu tenho que fazer

Eu não quero uma vida igual

A vida dos outros, não, não."

***

Esses trechos mostram a abordagem livre e anti-autoritária de Rita Lee, que reflete o espírito hippie de buscar mudanças sociais e liberdade pessoal. Suas letras abordam questões como amor livre, paz e individualidade, que eram valores importantes para o movimento hippie.

Mas nem tudo são flores, o movimento hippie foi criticado por muitos teóricos marxistas-leninistas por sua abordagem individualista e aparente desinteresse pela luta de classes e pela luta revolucionária. Esses críticos argumentavam que o movimento hippie não representava uma verdadeira ameaça ao sistema capitalista e, na verdade, era uma forma de alienação da juventude que se afastava da luta política e social.

Um dos teóricos mais conhecidos que criticou o movimento hippie foi o filósofo marxista Herbert Marcuse. Em seu livro "A contracultura" (1969), ele argumenta que a subcultura hippie era uma forma de fuga da realidade e uma resposta à opressão, mas não representava uma verdadeira forma de resistência ou mudança social. Marcuse escreveu:

"A contracultura é a forma de reação à opressão e alienação da sociedade industrial avançada, mas, ao mesmo tempo, é a forma de sua perpetuação, pois no oferece uma verdadeira alternativa ao sistema opressor. Ela é uma fuga da realidade, não uma forma de mudança social."

Outro crítico deste esteticismo de esquerda foi o teórico comunista Vladimir Maiakovski. Em seu poema "A revolução não é um jantar de gala" (1919), ele afirma que a revolução não é uma questão de estilo de vida ou uma questão de moda, mas sim uma questão política e econômica que exige luta e sacrificio. Maiakovski escreveu:

***

"A revolução não é um jantar de gala, não é uma festa de gala

Não é um estilo de vida, não é uma moda

Não é um disfarce, não é um véu

Não é uma farsa, não é um teatro

A revolução é uma luta, é um sacrificio."

***

Essas críticas leninistas ao movimento hippie destacam o fato de que o movimento não representava uma verdadeira forma de mudança social ou resistência ao sistema opressor. Para esses críticos, a luta revolucionária exigia mais do que uma mudança de estilo de vida ou uma fuga da realidade.

Mesmo o Hippie sendo apenas está imagem estética, marcou época e a história ocidental. Rita Lee é um símbolo nacional incontornável para entender o passado e o presente do Hippie.





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