É ASSIM QUE COMEÇA: O PATRIARCADO
É Assim que Começa é um livro escrito por Colleen Hoover que retoma o enredo logo após o epílogo de "É Assim que Acaba". A protagonista, Lily Bloom, administra uma floricultura e tem um relacionamento conturbado com o seu ex-marido abusivo, Ryle Kincaid. Quando ela reencontra Atlas, com quem não fala há dois anos, parece que finalmente chegou o momento de retomar o relacionamento da adolescência. No entanto, Ryle não está disposto a aceitar a nova relação de Lily com Atlas e culpa-o pelo fim de seu casamento. O livro alterna entre os pontos de vista de Atlas e Lily e acompanha a jornada da protagonista para abraçar a sua segunda chance no amor enquanto lida com um ex-marido ciumento.
A noção da mulher como propriedade, proposta pela problemática do livro, é uma visão historicamente enraizada que foi perpetuada por muitas sociedades ao longo dos séculos. Em "A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado", Friedrich Engels argumenta que a opressão da mulher surgiu com a domesticação da agricultura e a aquisição de propriedade privada, onde as mulheres passaram a ser vistas como objetos de troca entre homens, uma vez que a propriedade privada surge e a herança seria passada de pai para filho - surge então o Patriarcado.
De acordo com Alexandra Kollontai, uma das primeiras teóricas feminista do século XX, a opressão das mulheres é resultado da divisão sexual do trabalho, onde as mulheres são forçadas a desempenhar papéis subalternos e limitados na sociedade. Em "Os Fundamentos Sociais da Questão Feminina", Kollontai argumenta que é necessário lutar por igualdade de direitos e condições para as mulheres para acabar com a opressão e a exploração. Ressalta ainda a divisão entre feministas burguesas e trabalhadoras na luta por direitos políticos para mulheres. As feministas burguesas apoiam reformas sociais, mas não estão dispostas a lutar nas fileiras da classe trabalhadora. As diferenças nos objetivos e interpretações criam uma barreira intransponível entre as duas classes de mulheres. No entanto, ambos os grupos têm metas imediatas coincidentes, como mudar leis que discriminam mulheres. O movimento feminista é permeado por um espírito burguês, o que causa uma diferenciação clara nas reivindicações por igualdade política com os homens.
Em resumo, estas teorias concordam que a opressão da mulher é resultado da sociedade patriarcal e da visão da mulher como propriedade. Engels e Kollontai argumentam que é necessário lutar pela igualdade de direitos e condições para acabar com esta opressão. O patriarcado se torna o centro a ser destinado a critica. Assim que começa acaba por servir um exemplo geral.
0 Comentários