A Bahia é um estado localizado na região Nordeste do Brasil e é conhecido por sua cultura rica e diversa, bem como por sua beleza natural. Com uma população de cerca de 14,8 milhões de habitantes, é o quarto estado mais populoso do país. Salvador, a capital do estado, é uma das cidades mais visitadas do Brasil e é famosa por suas festas populares e tradições culturais.
A história da Bahia remonta à época do Brasil Colônia, quando a região era uma importante produtora de cana-de-açúcar e tabaco. Durante este período, a Bahia era o centro do comércio de escravos africanos no Brasil e isso teve um grande impacto na cultura e na sociedade da região.
Atualmente, a Bahia é um estado com uma economia diversificada. Suas principais atividades econômicas incluem a agricultura, a pecuária, a indústria e o turismo. A região cacaueira do sul do estado é conhecida por sua produção de cacau, enquanto a região nordeste é um importante polo de produção de petróleo e gás natural. A cidade de Camaçari, localizada na região metropolitana de Salvador, é o maior polo petroquímico do país.
Apesar de sua riqueza natural e cultural, a Bahia também enfrenta muitos desafios sociais e econômicos. A desigualdade social é uma questão importante na região, com uma grande disparidade entre as classes sociais. A pobreza e a falta de oportunidades econômicas são problemas significativos em muitas partes do estado.
No entanto, a Bahia é um estado vibrante e dinâmico, com muita energia e criatividade. Sua cultura é uma mistura única de influências africanas, europeias e indígenas, e suas tradições continuam a influenciar a cultura brasileira como um todo. Com sua rica história, sua beleza natural e sua cultura vibrante, a Bahia continua a ser um lugar de grande importância para o Brasil e para o mundo.
As principais atividades econômicas do Estado são:
Comércio: O setor de comércio na Bahia é uma das principais atividades econômicas, contribuindo com uma parcela significativa do PIB do estado. Segundo dados do IBGE de 2019, o setor de comércio na Bahia representa 13,3% do PIB do estado. As principais categorias profissionais nesse setor incluem vendedores, gerentes de loja, compradores, caixas e supervisores.
Petroleiro e Petroquímico: A Bahia é um importante centro petroquímico do país, abrigando grandes refinarias de petróleo, empresas de exploração de petróleo e indústrias petroquímicas. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em 2020, a Bahia produziu 9,9 milhões de barris de petróleo. A indústria petroquímica é responsável por uma parcela significativa do PIB da Bahia, contribuindo com cerca de 23,1% do PIB do estado em 2019. As principais categorias profissionais nesse setor incluem engenheiros químicos, operadores de refinarias, técnicos em petróleo e gás, mecânicos e eletricistas.
Mineração: A Bahia possui uma grande variedade de recursos minerais, como minério de ferro, manganês, níquel, cobre, chumbo, zinco, ouro e outros. A mineração é uma atividade importante para a economia do estado, contribuindo com cerca de 2,6% do PIB da Bahia em 2019, de acordo com dados do IBGE. As principais categorias profissionais nesse setor incluem engenheiros de minas, técnicos em mineração, operadores de equipamentos de mineração e geólogos.
Serviços de Informação: O setor de serviços de informação na Bahia abrange diversas atividades, como tecnologia da informação, telecomunicações, produção de software e serviços relacionados. De acordo com dados do IBGE, o setor de serviços em geral contribuiu com cerca de 66,2% do PIB da Bahia em 2019, e os serviços de informação são uma parte importante desse setor. As principais categorias profissionais nesse setor incluem programadores, analistas de sistemas, engenheiros de software, técnicos em telecomunicações e profissionais de marketing digital.
Outra questão é que alguns dos principais movimentos sociais da Bahia incluem o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento Quilombola da Bahia, o Movimento de Mulheres em Luta da Bahia, o Movimento Negro Unificado da Bahia (MNU), o Movimento Indígena da Bahia, entre outros.
Esses movimentos sociais atuam em diversas frentes, como a luta pela terra e moradia, defesa dos direitos das mulheres, promoção da igualdade racial, combate à homofobia e a discriminação de gênero e orientação sexual, entre outras demandas. Eles também promovem ações de mobilização social, como marchas, protestos, ocupações de terras e prédios públicos, entre outras formas de manifestação popular.
Podemos ter em mente que a organização popular da Bahia, pessoa pelas lutas territoriais e antirracistas e organizar os petroleiros, comerciários, mineiros e trabalhadores de TI do Estado.
É conhecendo este direcionamento que as organizações revolucionárias podem se organizar para radicalizar a luta na região!
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Aprofundamento 1| Produção de Cacau
O caráter Latifundiário e camponês da produção de Cacau na Bahia
A Bahia é um dos principais produtores de cacau no Brasil, sendo responsável por cerca de 60% da produção nacional. As principais regiões produtoras de cacau na Bahia são o Sul e o Extremo Sul, abrangendo municípios como Ilhéus, Itabuna, Uruçuca, Canavieiras, Belmonte e Porto Seguro.
Quanto ao tipo de propriedade, a produção de cacau na Bahia é predominantemente de pequenas propriedades familiares. Entretanto, existem também propriedades de médio e grande porte, que se concentram principalmente na região de Ilhéus.
A produção de cacau na Bahia é marcada por uma forte diferenciação entre camponeses e latifundiários. Enquanto os camponeses, em sua maioria, são proprietários de pequenas áreas de terra e utilizam mão de obra familiar e/ou contratada para o cultivo do cacau, os latifundiários possuem grandes extensões de terra e utilizam mão de obra assalariada.
Em relação à tecnologia empregada na produção de cacau na Bahia, existem diversas técnicas e práticas modernas que visam melhorar a produtividade e qualidade da produção. Dentre elas, destacam-se a utilização de técnicas de manejo integrado de pragas e doenças, a seleção de variedades de cacau mais produtivas e resistentes a doenças, a adoção de práticas de conservação do solo, além do uso de tecnologia de irrigação e fertilização.
Como já nos ensinaram os Bolcheviques, e a própria dinâmica de produção no Brasil fez questão de aprofundar, é tarefa dos revolucionários aproximarem e apoiarem os camponeses do Cacau em suas lutas diarias, além disso, lutar para que latifúndios improdutivos sejam destinados aos camponeses nesta região. Por outro lado, há de isolar politicamente e denunciar os latifundiários do Cacau em Ilhéus. (Alguns conflitos já estão em andamento, leia mais no mapa dos conflitos).
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Aprofundamento 2 | setor Petroquímico da Bahia
O potencial de Vanguarda Operária dos Petroleiros na Bahia
A produção de petróleo na Bahia é concentrada principalmente na região do Recôncavo Baiano, que inclui cidades como Salvador, Alagoinhas, Camaçari, São Francisco do Conde, Mata de São João e Catu. A cidade de Candeias também é um importante polo petroquímico no estado.
A Petrobras é a principal empresa ativa na produção de petróleo e gás na Bahia. A companhia atua em diversas áreas no estado, incluindo a Bacia de Camamu-Almada, a Bacia do Recôncavo, a Bacia de Sergipe-Alagoas e a Bacia de Jequitinhonha. Além disso, a Bahia é um importante centro petroquímico do país, abrigando empresas como a Braskem, a Oxiteno, a Unigel e a Innova.
Na década de 1990, durante o processo de privatização de empresas estatais do governo federal, a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada em São Francisco do Conde, foi vendida para a Petrobras. Já a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia (Fafen-BA), localizada em Camaçari, foi vendida para a empresa Unigel em 2020, após ter sido fechada pela Petrobras em 2019, são exemplos do processo de privatização que sofre o setor
A Bahia já registrou diversas greves no setor petroleiro ao longo de sua história. Dois exemplos marcantes, em 1995, por exemplo, os trabalhadores da RLAM fizeram uma paralisação de cerca de um mês em protesto contra a privatização da refinaria. Já em 2015, os petroleiros da Petrobras na Bahia aderiram a uma greve nacional que durou 20 dias e teve como principal reivindicação a defesa dos empregos na companhia.
Se nacionalmente a categoria dos petroleiros já parece ser um polo estratégico da luta de classes, na Bahia ela se mostra como grande centro operário com potencial de Vanguarda, haja vista concentração, tamanho e tendência prévia a organização de classe. Deve ser tarefa ímpar dos revolucionários atuar no seio destes, seja no setor público da Petrobras ou no ramo privado entre Braskem, Oxiteno, Unigel e Innova. O ramo e tamanho deste operariado é imenso e seu potencial também, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o estado da Bahia possuía 10.804 trabalhadores empregados diretamente no setor de petróleo e gás em dezembro de 2019. No entanto, esse número pode não incluir trabalhadores do setor petroquímico, que é outro segmento relacionado à produção de petróleo e gás.
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Aprofundamento 3 | Mineração
A organização dos mineiros como vanguarda Bahiana
A mineração é uma atividade importante no estado da Bahia, com destaque para a extração de minério de ferro, ouro, diamante, níquel, cobre e vanádio. As principais regiões de mineração na Bahia são a região de Caetité, que é rica em urânio, a região de Jacobina, que é conhecida por sua produção de ouro, e a região de Brumado, que é rica em minério de ferro.
De acordo com dados de 2019 do IBGE, o setor de mineração e extração na Bahia representou cerca de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, gerando empregos e contribuindo para o desenvolvimento econômico da região.
A tecnologia empregada na mineração na Bahia varia de acordo com o tipo de minério extraído e a empresa responsável. Algumas empresas utilizam tecnologias mais modernas e sofisticadas, enquanto outras ainda utilizam técnicas mais tradicionais.
As principais empresas mineradoras da Bahia incluem a Vale, a Yamana Gold, a Bamin, a Atlantic Nickel e a Jacobina Mineração e Comércio. A Vale é a maior empresa de mineração do país e é responsável pela extração de minério de ferro na região de Caetité. A Yamana Gold é uma empresa canadense que opera a mina de ouro de Jacobina. A Bamin é uma empresa chinesa que está desenvolvendo um projeto de extração de minério de ferro na região de Caetité. A Atlantic Nickel é uma empresa canadense que atua na região de Itagibá, com a extração de níquel e cobre. Já a Jacobina Mineração e Comércio é responsável pela mina de ouro de mesmo nome, localizada na região de Jacobina.
A Bahia tem um histórico de greves no setor de mineração, em especial na região de Jacobina. Em 2018, por exemplo, os trabalhadores da mina de ouro da Yamana Gold entraram em greve por mais de uma semana, reivindicando melhores condições de trabalho e salários mais justos. Em 2021, os trabalhadores da mina de ouro da Jacobina Mineração e Comércio também realizaram uma greve, demandando melhorias nas condições de trabalho e reajuste salarial.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil, em setembro de 2021, a Bahia possuía cerca de 8.400 trabalhadores empregados no setor de extração de minerais metálicos e não-metálicos. Vale ressaltar que esses dados são referentes apenas aos trabalhadores com carteira assinada, não incluindo trabalhadores informais ou autônomos.
Uma tarefa dos revolucionários é primeiro unificar estes trabalhadores abaixo de uma única representação, são inúmeros sindicatos de mineiros, sob direções a direita e a esquerda liberal. Unificar estadualmente a categoria, significa ter força suficiente no interior dela em todo Estado, uma inserção paciente e focalizada nas principais empresas (Vale, Yama, Bamin, Atlântic, Jacobina), tendo em mente o potencial de Vanguarda dos mineiros, que carregarão consigo levas de terceirizados e lumpemproletariados destas regiões para luta coletiva.
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Aprofundamento 4| Serviços de informação
Um potencial catalizador improvável: os trabalhadores de comunicação
Os serviços de informação na Bahia incluem um conjunto diverso de empresas que atuam em áreas como tecnologia da informação, comunicação, mídia, entre outras. Algumas das principais empresas do setor na Bahia e suas sedes incluem:
Oi: Salvador
Vivo: Salvador
TIM: Salvador
Claro: Salvador
Rede Bahia: Salvador
TV Bahia: Salvador
Itaú Unibanco: Salvador
IBM: Salvador
Em termos de tamanho, o setor de serviços de informação na Bahia tem um faturamento significativo. De acordo com dados do IBGE, em 2018, o setor de tecnologia da informação e comunicação na Bahia representou cerca de 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
As principais categorias profissionais que trabalham no setor de serviços de informação na Bahia incluem engenheiros de software, programadores, analistas de sistemas, designers gráficos, técnicos em telecomunicações, jornalistas, publicitários, entre outros.
Em termos de tecnologia empregada, as empresas de serviços de informação na Bahia utilizam uma variedade de ferramentas e tecnologias, incluindo sistemas de gestão empresarial (ERP), softwares de análise de dados, plataformas de mídia social, entre outras.
De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério da Economia, em 2020, o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) na Bahia empregou cerca de 15.800 trabalhadores formais. No entanto, esse número pode ser uma subestimativa, já que muitos trabalhadores do setor podem estar empregados em empresas informais ou como profissionais autônomos. Além disso, é importante lembrar que o setor de serviços de informação engloba outras áreas além da TIC, o que pode aumentar o número total de trabalhadores no setor na Bahia. Não há um histórico significativo de greves no setor de serviços de informação na Bahia. No entanto, como em qualquer setor, as empresas podem enfrentar questões trabalhistas relacionadas a salários, benefícios, condições de trabalho, entre outros.
Este setor, além de numericamente grande é central para a dinâmica de acumulação e de ideologização da sociedade, e especialmente no estado da Bahia. Há dois troncos de categorias do proletariado no setor, os que trabalham na ala de TI e a que trabalha na ala de informação. Ambas tem problemas de terceirização e pejotização que são o grande desafio para o sindicalismo brasileiro e mundial.
Hoje, estás categorias encontram certa centralidade no estado e por este motivo podem se configurar como uma vanguarda improvável no "novo" modelo de luta que devemos criar para enfrentar a degradação das relações de trabalho. Por está centralidade está categoria pode ser um catalizador nas lutas locais e nacionais, organiza-los é uma tarefa hercúlea e necessária aos Revolucionários do Brasil.
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