Solar Punk: o futuro é brilhante

 Solar Punk: o futuro é brilhante 



Solar Punk é um subgênero da ficção científica e da fantasci que se concentra em soluções tecnológicas e sociais baseadas em fontes renováveis de energia e sustentabilidade. Ele surgiu como uma resposta à ficção científica cyberpunk, que se concentrava em tecnologias opressivas e futuros distópicos.

As principais características do Solar Punk incluem:

Futurista: Ambientado em uma época futura, onde a tecnologia avançou significativamente.

Sustentável: Enfatiza a importância da sustentabilidade, das energias renováveis e da proteção do meio ambiente.

Utopias e Dystopias: Pode apresentar visões otimistas ou pessimistas da sociedade futura, comunidades idílicas ou distópicas.

Aproveitamento de Recursos: Aborda como as sociedades irão se ajustar e se adaptar a novos recursos, como a energia solar.

Novas Culturas e Sociedades: Descreve culturas e sociedades distintas, formadas a partir dos avanços tecnológicos e das mudanças climáticas.

As utopias têm sido objeto de análise de diversos autores marxistas ao longo da história:

O próprio Karl Marx teve uma visão crítica da literatura utópica, argumentando que ela era idealista e não abordava as questões sociais e políticas de forma realista. No entanto, ele reconheceu que a literatura utópica tinha o potencial de inspirar mudanças sociais e políticas. A principal crítica de Marx é que a obra utópica levou pessoas a tentar construir mini-sociedades do futuro no seio da atual, se isolando e sendo fadadas ao fracasso.

Ernst Bloch afirma que "a utopia é a fonte da esperança" (A Princesa dos Sonhos), sugerindo que elas representam a possibilidade de um futuro melhor e são capazes de inspirar as pessoas a lutarem por mudanças positivas.

 Já Georg Lukács afirma que "a verdadeira tarefa da crítica literária não é descrever, mas interpretar a consciência de classe de um período histórico determinado" (A Teoria do Romance), e demonstra que as utopias são uma expressão da luta das classes sociais e são capazes de refletir as aspirações e anseios de uma época, tanto no que há de mais avançado, como o contrário, refletir visões distorcidas pela ideologia dominante.

Walter Benjamin acredita que "o passado histórico não pode ser mudado. O que pode ser mudado é a forma como é lembrado e como é ligado ao presente" (Illuminations), o que significa que as utopias são uma forma de imaginar o passado e o presente de maneira diferente, o que pode levar a mudanças na forma como as pessoas pensam sobre o futuro. 

Terry Eagleton vê as utopias como "a imagem de sociedade que surge quando os desejos sociais se confrontam com as instituições sociais" (Ideologia), sugerindo que elas são uma resposta às inadequações da sociedade atual e ao anseio por mudanças positivas, transformando-se em uma ficção.

Por fim, Fredric Jameson considera que "a utopia é uma forma de imaginar a mudança social e política" (O Political Unconscious), pensando que as utopias são uma forma de propor soluções para os problemas sociais e políticos e de imaginar um futuro melhor, uma expressão do desejo introvertido na sociedade.

Consideramos que com a nova leva de autores existiu uma flexibilização da crítica de Marx, a literatura utópica não é mera distração do presente, mas uma ajuda a projetar o futuro. Claro, isso não pode se transformar novamente nos falanstérios e que seja combustível de luta real no seio da sociedade. 

Solar Punk seria uma versão do séc XXI desta vertente, mesmo que não assumidamente ou propositalmente. Apesar da crise, é importante para ampliar os horizontes das pessoas que o acessam, como indicado anteriormente.

Voltando ao Solar Punk, gênero utópico moderno, alguns dos Principais incluem "The Windup Girl" por Paolo Bacigalupi, "New York 2140" por Kim Stanley Robinson, e "The Water Will Come" por Jeff Goodell:

"The Windup Girl" é uma história de ficção científica distópica ambientada em um futuro pós-colapso em que as fontes de energia são limitadas e as biotecnologias são amplamente utilizadas.

"New York 2140" é um futurista em que a cidade de Nova York foi gravemente afetada pelo aumento do nível do mar, e a sociedade precisa se adaptar a esse novo mundo.

"The Water Will Come" é um ensaio de futuro sobre as consequências das mudanças climáticas e as formas como as cidades e comunidades precisarão se adaptar a esses desafios

Postar um comentário

0 Comentários